quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Geografia do Coração


O coração é um país livre independente, situado no lado esquerdo do peito de qualquer ser humano...
Possui quatro estados: Amor, Ódio, Duvida e Amizade.
- O estado do Amor é fértil e cheio de carinhos, sua capital é a importante cidade do Ciúme, onde existem muitos sonhos, fantasias e também muitas realidades. Essa cidade é conhecidíssima pelos seus castelos suspensos, que são considerados a oitava maravilha do mundo.
- O estado do Ódio é mortífero, habitado pelos desiludidos do estado do Amor, em seus subsolos há muitas armadilhas e cidades, sua capital é a cidade da Vingança onde existem fabricas de inimizades. Entre as cidades mais importantes destacam-se: Inimizade, Trama e Crime. O estado do Ódio é atravessado pelo rio de lágrimas.
- O estado da Duvida não é muito conhecido. O sol da esperança aquece os seus desolados habitantes. Sua capital é a Incerteza de onde parte uma estrada da Pratica do Suicídio. Este estado é banhado pelo rio de sangue.
- O estado da Alegria é o mais agradável tem como sua capital a mais bela cidade Sinceridade e guia seus habitantes, é um estado marítimo em seu estado existe a Fortaleza do Bem que resiste a investida da Intriga, e da Hipocrisia. Entre as cidades mais importantes destacamos Alegria, Afeto e Felicidade. Este estado e banhado pelo Mar de Rosas nele há sempre um lugarzinho reservado para você: Meu Grande Amigo...

Jenseits der Grenzen


Enquanto corria uma leve chuva caia sobre meu corpo, molhava meu rosto e os pingos se misturavam com as salgadas lágrimas que escorriam do meu rosto. Corri até meu corpo não aguentar mais, mesmo com meu corpo doendo, com a vista embasada por causa das lagrimas não podia parar de correr, foi o que você me disse e eu estava fazendo...
Com o tempo a chuva foi ficando mais pesada, sua voz estava dentro da minha cabeça, quanto mais eu ouvia sua voz, mais eu tentava correr, mais eu chorava... Quando não agüentei mais correr comecei a caminhar e depois cai, meu corpo doía, meu braço estava ferido, fiquei caída em um lugar estranho, não sabia onde estava, tentei me levantar mais foi em vão, pensei que fosse meu fim então fechei os olhos e fiquei sentindo a chuva cair sobre mim...
Quando acordei estava deitada em uma cama, havia uma lareira perto de mim, o ambiente era muito aconchegado, mas não sabia onde estava precisava sair daquele lugar, quando movimentei meu braço percebi que estava tratado e enfaixado. Ainda estava cansada e atormentada com que estava acontecendo. De repente um homem alto, magro, com um olhar encantador, ele me perguntou se estava bem, eu respondi que sim que precisava sair de daquele lugar, precisava voltar encontrar o meu amor e... Não podia contar o que estava acontecendo comigo precisava ir sem contar a ninguém, o homem se apresentou seu nome era Caim, ele ficou a espera do meu nome, mas hesitei antes de falar, não queria que ele descobrisse quem eu era então pensei em um nome falso, meu nome seria Agatha em homenagem a uma amiga.
Caim cuidou dos meus ferimentos com todo o cuidado, ele me aconselhou a não sair enquanto estivesse machucada, ele queria saber o que estava acontecendo comigo, mas não podia revelar nada a ninguém. Como estava hospedada na casa de um estranho resolvi ajudar ele com o trabalho domestico e aproveitei para saber sua a sua vida, Caim era um homem gentil era viúvo, sua mulher foi morta por homens misteriosos, ele queria saber quem matou sua esposa, mas nunca tinha respostas. Eu estava me sentindo bem, mas ao longo do tempo eu fui me sentindo mal por não contar nada sobre mim, para Caim então resolvi escrever tudo em um caderno antes de partir... Então comecei a escrever...
Minha vida não foi nada fácil, meus pais eram rígidos eu não era feliz, meus pais arranjaram um noivo para mim, mas eu não o amava, eu era nova queria descobrir o mundo e meu noivo era um velho gordo, sujo e sem educação, minha mãe dizia que felicidade não existia que quando aparecesse uma oportunidade não podia jogar fora, eu estava muito triste, não queria me casar então fugi de casa. Quando parei de correr estava dentro de uma floresta que ficava no fim do vilarejo onde eu morava, eu nunca tinha entrado na floresta, no vilarejo onde morava tinha muitas lendas de grandes animais que viviam na floresta, mas nunca acreditei. Eu estava decidida a não voltar para casa, sabia que meus pais iriam preferir assim...
Caminhei por um longo tempo e encontrei uma caverna, fiquei com medo mais fui conferir se eu podia morar nela, era grande e próximo havia um rio, resolvi que aquele seria o meu lar, preparei tudo fiz uma cama com folhas secas, recolhi lenha e pedras para fazer uma fogueira, antes de anoitecer colhi frutos das arvores, percebi que seria difícil viver sozinha no meio da floresta, mas eu tinha que fazer, tinha que aprender a caçar a pescar e a me proteger dos animais. Fiquei horas e horas pensando em tudo ate que peguei no sono, fui acordada com barulho, quando abri meus olhos percebi que havia um lobo enorme farejando meus pés, fiquei com muito medo o animal olhou para mim e nesse momento pensei que estaria morta, fechei meus olhos com toda força que tinha e ouvi o barulho de uma pancada e senti um corpo caindo sobre minhas pernas, abri meus olhos e avistei uma sobra, ela se aproximou de mim e percebi que era um homem, ele se aproximou de mim, no momento que estendeu a mão para pegar a minha, o lobo pulou nas suas costas, eu não sabia o que fazer meu corpo ficou tremendo, por um momento pensei ter ouvido o lobo falando, pensei que fosse algo da minha imaginação, mas não era o homem sorriu ao perceber meu espanto, foi uma luta demorada, por fim o homem tirou uma arma do de dentro de seu casaco não sabia o que era, parecia uma espada ou talvez fosse um bastão só sabia que tinha um brilho tão bonito a luz do fogo refletia na arma, tinha certeza pelo brilho que poderia ser prata, antes mesmo de ter certeza o homem derrubou o lobo e acertou o coração da criatura ele levantou e ficou olhando para a criatura durante depois um tempo, um calafrio percorreu meu corpo depois que ele olhou para mim, ele se levantou e se aproximou calmamente de mim, pegou a minha mão e olhou fixamente nos meus olhos parecia que estava vendo minha alma, eu fiquei com vergonha. O homem era realmente muito bonito seu cabelo era castanho claro, seus olhos eram castanhos, tinha uma boca muito bonita e sua pele era branca ele era tão charmoso, então ele perguntou – Você esta bem? Acenei com a cabeça, mas desmaiei logo em seguida...
Quando acordei estava em um quarto lindo, tinha cortinas escuras nas janelas, velas iluminavam o ambiente, o homem estava sentado próximo a cama, ele estava lendo um livro, quando percebeu que eu tinha despertado ele ficou olhando para mim por cima do livro, fiquei com vergonha, ficava pensando, nenhum homem fazia nada por mim agora um estranho cuida de mim assim. Então o homem se aproxima da cama senta ao meu lado e pergunta meu nome, eu fiquei confusa tinha tanta coisa para pergunta, mas não sabia como começar, então só disse meu nome – Meu nome é Esther, é um nome muito bonito disse ele. Abaixei minha cabeça em um gesto de timidez, ele ficou me observando e disse meu nome é Sven, fique aqui irei prepara algo para você comer e... Então ele saiu do quarto com um sorriso no rosto, fiquei deitada pensando naquele sorriso lindo e... Meus olhos... Ficaram pesados...
Acordei assustada tive um pesadelo com o lobo, olhei ao redor mais não vi ninguém, em uma mesa ao lado da cama havia um prato e comida, e uma cesta de frutas e vinho e água também, a refeição foi uma delicia, minha barriga estava cheia então fiquei pensando onde estava Sven fiquei um tempo esperando ele aparecer mais nada então peguei no sono novamente. Fui acordada com palavras doces, o ouvi recitar poemas olhando pela janela, sem ele percebe que eu havia despertado fiquei observando, ele tinha um jeito misterioso, quando ele percebeu que eu estava o observando ele parou o poema e ficou sem graça – Esther lhe acordei? Esta melhor? Ele parecia estar tão preocupado, estava feliz, ele se aproximou de mim e pegou minha mão eu assustei a pele dele era tão gelada, ele percebendo o meu espanto sorriu. Ele me acompanhou ate a janela estava uma noite linda, a lua brilhava intensamente, estava cheia, as estrelas estavam tão brilhantes, fiquei um tempo olhando sem dizer uma palavra...
Então ele começou a falar aquele lobo não era um lobo qualquer. Ele parou olhou para a lua e continuou, era um lobisomem e eu estava casando ele faz dias, aquela não era a primeira vez que nos enfrentamos. Eu fiquei petrificada, não sabia o que dizer então só fiquei ouvindo... E eu não sou um humano faz alguns anos, bom anos parecem poucos, não precisa ter medo de mim porque se eu quisesse te matar ou fizer algum mal já teria feito, sou um vampiro e prometo que vou te proteger ate o fim... Ele abaixou a cabeça esperando que eu o renegasse, mas não tive reação segui o meu coração e o abracei, ele ficou assustado e depois retribuiu meu abraço, ficamos um longo tempo abraçado depois ele me beijou ficamos mais de uma hora sem dizer uma palavra sequer...
Quando o sol nasceu ele foi deitar, eu fiquei vendo o sol nascer fiquei pensando em tudo que estava me acontecendo, desde o momento em que fiquei noiva ate aquele momento do beijo, nunca pensei que lobisomens e vampiros existissem, se eles existem outras criaturas também existem não é? Então depois de tanto pensar resolvi conhecer a casa, era uma casa enorme entrei em um cômodo era a biblioteca, era enorme havia tantos livros naquele lugar, então peguei um livro e comecei a ler, fiquei o dia todo lendo, nem percebi o tempo passar. Quando Sven entrou com uma cara de espanto, eu me assustei, mas logo o rosto dele se transformou ele abriu um sorriso e disse – Pensei que havia desaparecido, pensei em varias coisas, então ele me abraçou forte... Ele me chamou para caminhar ele queria me contar a sua historia...
Enquanto estávamos caminhando ele começou a dizer, que era de uma família nobre e um dia ele foi caçar com uns amigos, ate que um lobo enorme apareceu e matou um dos amigos o outro fugiu e ele ficou ferido... Estava quase morto quando uma mulher o recolhe o leva para casa, ele estava fraco a mulher chamou um amigo que foi ver ele e disse que o único jeito de salvar ele era transformando em vampiro...  Para família de Sven ele estava morto, mas ele sabia que não podia voltar para sua família porque eles iriam perceber que Sven estava morto. O vampiro que o salvou o ensinou tudo que ele precisava aprender para sobreviver... A mulher era uma bruxa que vivia na floresta, ela cuidava para que nada acontecesse de errado, mas ela não conseguiu proteger ninguém...
Ficamos sentados vendo a lua e sentindo o vento, fiquei espantada com a sua historia fiquei me perguntando se ele não era triste por viver sozinha... Então eu disse – Doe? Quer dizer doe se transformar em vampiro? Eu estou gostando de você e quero ficar com você para sempre o que tenho que fazer? Ele olhou para mim, sorriu e acenou com a cabeça, ele disse que doe e muito, porque estarei morrendo, mas depois não sentirei mais nada... Fiquei pensando por um tempo, mas parecia que ele não queria que eu virasse uma vampira... Então comecei a caminhar e ele ficou sentado...
- Esther espere quero te mostrar uma coisa venha comigo, disse ele, ele me pegou no colo e correu ele me levou ate uma colina o campo estava florido, mesmo a noite algumas flores estava abertas, a lua deixava o lugar mais bonito do que já era. Então escutamos um barulho quando olhamos e, direção a floresta lá estava, era um lobo enorme, tinha olhos cheio de odeio, ele se preparou e começou a correr em minha direção Sven entrou na frente à luta havia começado, Sven era ágil, mas o lobisomem era muito forte, ele queria matar Sven de qualquer jeito... Não sabia quem iria vencer aquela luta, abaixei a cabeça e comecei a chorar, não queria ver a luta, se Sven morresse, eu seria morta também e não queria enfrenta a face da morte. Também os meus ouvidos para não ouvir nenhum barulho... De repente sinto que alguém estava me pegando no colo, então abri meus olhos e Sven estava machucado, o lobisomem estava caído seu coração foi arrancado pelas mãos de Sven... Antes mesmos de chegarmos a casa os ferimentos de Sven já havia cicatrizado, fiquei admirada não sabia que o poder de um vampiro seria tão maravilhoso.
Eu queria ser transformada, mas estava com medo, não sabia ate quando iria viver, mas não queria deixar de sentir dor, a mudança do clima, etc. Passei o dia todo dormindo junto de Sven ele dormindo parecia estar feliz... Quando acordei já estava a noite, mas Sven não estava ao meu lado, procurei pela casa toda, mas não o encontrei fiquei com medo de algo ruim tivesse acontecendo, entrei na biblioteca e fiquei lendo um de seus livros... Não tinha mais noção do tempo, quando estava lendo não percebia o tempo passando, de repente Sven entra pela porta trazendo uma bandeja com comida, ele olhou e me disse – Eu vivo de sangue, não consigo mais comer o que você come, mas você precisa se alimentar bem, senão ficara fraca, não quero te perde, mas também não sei se deveria te transformar... Então sua voz não saiu mais, eu segurei suas mãos e olhei para ele, ele estava triste, mas logo abriu um lindo sorriso. Ele disse que queria se mudar, porque não havia muita variedade de alimento para ele, ele precisava ir para outra cidade...
Quando chegamos à cidade estava quase amanhecendo, já tinha uma casa que era da família dele então sem perde tempo, arrumamos tudo na casa, o dia estava amanhecendo, enquanto Sven arrumava estava dormindo eu arrumei toda a casa, logo depois fui me deitar... Acordei depois de algumas horas, ele já não estava na casa, então lembrei que ele deveria estar com fome... Aquela era uma cidade agradável até. Enquanto caminhava pelas ruas ouvia as pessoas comentarem dos mortos, que tinham marcas no pescoço, eles conheciam os vampiros, tive medo pela segurança de Sven, mas eles não sabiam que era o vampiro, a família de Sven era respeitada na cidade, então fiquei aliviada, mas te quando ficarei segura?
O tempo foi passando, a cada dia estávamos mais apaixonados, Sven me tratava como uma princesa eu sabia que não existiria outro homem na minha vida, que ele seria o único que amaria. Então fiz a promessa de amor eterno, que mesmo depois da morte ficaríamos juntos... Tudo estava indo muito bem até que uma mensagem chegou e tudo começou a mudar, Sven recebeu uma mensagem de uma antiga amiga, a bruxa que vivia na floresta e que o ajudou, ela estava pedindo ajuda... Sven ficou nervoso e resolveu ir o mais rápido possível... Ele não queria que eu fosse com ele, mas eu não iria abandoná-lo.
A floresta era sinistra, era escura, quase não havia luz solar, Sven sem dizer nada foi caminhando, quando chegamos a uma velha cabana, Sven ficou um tempo parado e depois entrou, uma velha estava deitada em uma cama, não tinha uma perna, seu rosto estava ferido... – Hein é você Sven? Disse a velha, Sven sentou ao lado da cama e perguntou quem havia feito aquilo com ela, sua voz foi diminuindo o tom ate quase ficar em completo silencio pela primeira vez eu estava vendo Sven chorando, não havia lágrimas, mas sabia que estava chorando... – Cuidado Sven ele é o líder, não fui forte o suficiente para deixá-lo sobre qualquer domínio, não vá atrás dele, fique aqui comigo e... A velha bruxa não conseguiu terminar a frase, ela olhou para Sven lhe entregou um saquinho e murmurou algo em seu ouvido e enfim pode descansar de todo o sofrimento que estava sentindo. Sven olhou dentro do saquinho havia balas de prata, ele apertou o saquinho e levantou da cama, caminhou ate um armário de dentro do armário ele retirou duas facas de prata pura e uma espada. Ele olhou para mim, seu olhar estava estranho ele pegou minha mão e disse – Vamos lá fora vou te ensinar o que sei...
Eu estava com medo de desapontar o meu amado, mas estava com medo também da criatura, não sabia o que era estava pensando quando ele me interrompe... – Vamos para outro lugar, ele pode estar por perto ou pode haver seguidores nos observando, vamos para minha casa... Ele estava com um ar de tristeza, era onde seus pais moravam, onde tudo aconteceu, sabia que ele não havia retornado para aquela casa desde o dia de sua morte. Chegamos na casa, era quase um castelo, era realmente bonita, mas estava desgastada por causa do tempo, estava abandonada, Sven entrou sem dizer nada, ele parou quando chegou na sala. Ficou um tempo pensando e depois foi ate um urso empalhado e apertou seu fusinho e uma porta se abre atrás do urso, ele sorri quando vê minha feição de espanto. Sem dizer nada o segui, descemos uma longa escada, o lugar estava escuro, quando fui falar que estava muito escuro ele acende uma vela e me entrega... Havia muitas coisas naquele cômodo, havia armas, munições, roupas, eram as lembranças de Sven. – Sven o que você procura? Diz-me o que é que te ajudo... Ele me olhou com os olhos mais gentis que já tinha visto, então ele começou a me dizer que era uma arma especial, que seu pai havia ganhado de uma velha, e que não existia balas que serviam nela, mesmo sendo inútil meu pai gostava dela e a guardou em algum lugar... Tenho certeza que essas balas são dessa arma... Ele é toda feita de prata, rica em detalhes, era um revolver Walker Colt, era a arma favorita de meu pai...
Enquanto conversávamos estávamos atento procurando a arma... Eu estava procurando em um armário velho, eu acabei encontrando uma caixa com lindos detalhes quando abri lá estava Walker Colt, era realmente lindo todo prateado, com alguns detalhes, Sven ficou feliz quando pegou a arma, ele pegou o saquinho com as balas para ver se era realmente a munição era da arma, fiquei aflita com medo de não ser. Com cuidado Sven a carregou era a munição certa, ele ficou tão feliz que me puxou e me beijou, ele estava tão feliz. Ele me pegou no colo e me levou para seu antigo quarto, era um belo quarto, fizemos amor durante quase o dia todo. Quando acordei, ele não estava ao meu lado, o procurei pela casa e o encontro sem camisa, ele estava treinando com as facas, depois ele passou para a espada, fiquei um bom tempo o observando sem ele me ver, mas por fim ele sabia que eu estava lá, ele me chamou me entregou as duas facas, me perguntou se eu já havia manipulado alguma arma, abaixei a cabeça e disse que nunca havia nem segurado uma.
Ficávamos o tempo todo treinando, só parávamos quando eu não aguentava mais, com o tempo fui me aperfeiçoando com as facas... Então ele resolveu ir caçar para ver o quanto eu estava boa, saímos ao anoitecer era lua cheia o tempo estava perfeito, entramos na floresta e depois de um tempo ouvimos barulhos. Minhas facas ficavam nas minhas pernas, era fácil pegar e atira-las, enfim o lobisomem apareceu, ele ficou um tempo farejando e quando percebeu que eu era humana ele sorriu, e depois uivou no momento em que parou o uivo mais dois lobisomem apareceram, um veio para cima de mim e os outros dois estavam lutando com Sven... Primeiro fiquei com medo ate que ouvi Sven gritando – Esther lembre-se do que eu te ensinei, use toda sua força... Mas não consegui ouvir o resto, no momento em que segurei as facas o lobisomem pulo em mim, ele dizia que queria comer meu coração, aquele lobisomem estava em cima de mim, eu estava com medo, não conseguia pegar minha faca, então me concentrei e quando ele deixou a guarda um pouco baixa conseguiu empurrá-lo de cima de mim, peguei minha faca e lancei uma, acertei seu ombro, ele caiu resmungava palavras sem sentido, ele se levantou e veio pra cima de mim novamente, quando ele pulou para cair em cima de mim novamente arremessei a outra faca que acertou sua barriga, ele caiu e não conseguia mais se levantar... Então olhei para Sven que estava sentado em um tronco caído me observando, hesitei antes de pegar a faca, mas Sven acenou cm a cabeça em sinal de positivo. Retirei a faca da barriga do lobisomem e perfurei seu peito fiz um corte e tirei seu coração. Sven me abraçou e me levou para casa...
Chegando a casa ele me levou para tomar um banho, não conseguia dizer nada, estava sentindo um sentimento estranho, enquanto Sven lavava minhas costas então eu disse – Te Amo Sven, me transforme, por favor, tenho medo de morrer, mas quero ficar com você para sempre... Sven continuou a fazer o que estava fazendo e não disse nada. Então quando já estava deitada Sven disse – Esther minha querida, você tem uma vida inteira pela frente, porque quer deixar de ver o sol? Sinto falta de ver o sol, e esta ficando arriscado você ficar comigo, fiquei com medo de você não conseguir matar aquele lobisomem... Boa noite querida tenha bons sonhos... Foi a ultima coisa que Sven me disse antes de dormir... Tudo estava quieto demais, mas não liguei. Quando acordei já estava de tarde, faltavam poucas horas para anoitecer, então fui para cozinha preparar algo para comer... Fiquei um tempo na biblioteca vendo alguns livros quando ouso um barulho, de repente Sven entra pela porta com um ar de nervosismo, ele procura pelo Walker Colt, fiquei com medo e antes mesmo de pergunta ele me respondeu – Ele esta aqui, é realmente grande não sei se conseguiremos fugir, se eu falhar você foge... E saiu correndo, peguei minhas facas e uma corrente de prata que havia ganhado de Sven quando estávamos procurando pelo revolver.
Antes de chegar perto da porta dois lobisomens derrubam a porta, teria que ser melhor que a outra noite, peguei as facas e arremessei as duas acertaram um dos lobisomens que ficou caído, mas ainda estava vivo, o outro veio para cima de mim e peguei a espada que estava por cima de uma mesa toda cheia de livros, fiquei em posição de defesa, depois passei para posição de ataque, sem piedade fui para cima da criatura, despejei sobre a lamina toda a minha fúria que estava sentido no momento, primeiro consegui perfurar umas das patas traseira, depois cortei uma das orelha, com toda fúria consegui matar a criatura. Quando cheguei ao outro ele estava sorrindo, dizia que estávamos mortos, mas não sabíamos, sem piedade terminei de matar a criatura... Estava cansada, enquanto pegava minhas armas no chão ouvia tiros, uivos e gritos, sabia que tinha que ir ajudar Sven. Quando passei pela porta avistei um lobisomem grande e forte, ele era bem maior que os outros, o lobisomem estava ferido, mas Sven também estava muito ferido, não sabia o que fazer então sem pensar arremessei as minhas duas facas que acertaram as costas do lobisomem, em seguida Sven atirou na criatura e acabou pegando de raspão bem no olho, então Sven me pegou no colo e saiu correndo sua velocidade era incrível, mas não conseguiu correr por muito tempo, estava muito ferido, então pegamos um carro de aluguel e voltamos para nossa casa.
Quando chegamos à nossa casa ficamos sabendo que a população da cidade sabia quem era o dono da casa e que era um vampiro, mas não conhecia os nossos rostos, temi por uma invasão da população na casa de meu amor. Sven estava com raiva, estava ferido e com fome então ele foi caçar, fiquei sozinha em casa, cuidei dos meus ferimentos, também me alimentei, jamais queria ver aquele lobisomem de novo, quando Sven voltou já estava quase amanhecendo ele mal falava comigo. Quando me deitei era quase meio dia, mal consegui dormir com tudo que estava na minha mente, então depois de um leve sono resolvi treinar. Mas, a minha concentração estava em outro lugar, eu amo Sven desde o primeiro momento que o vi, aqueles olhos gentis lembraram as promessas de amor que fizemos. Vou amá-lo tanto na vida quanto na morte, nossa maior promessa era que nosso amor jamais iria ter fronteiras... Ficarei ao seu lado para sempre meu amor, não importa se serei humana para sempre, nosso amor é eterno.
Estava uma noite agradável, não era mais noite de lua cheia, então tudo estava calmo, estava meditando, quando sou surpreendida com um beijo, Sven parecia estar melhor, ele estava segurando um buque de flores do campo, quando fui abrir minha boca para falar que eu o amava, ele levemente colocou o dedo nos meus lábios e começou a dizer – Esther... Irei te amar, alem das fronteiras da morte, vou te proteger ate o meu ultimo dia, eu gostaria que você permanecesse humana, mas não posso te forçar a fazer o que você não quer, então se você quiser posso te transformo... Sei que aquele lobisomem irá me encontrar eles são bons rastreadores, e não quero perde você caso ele apareça... Sven abaixou a cabeça e terminou de completar o que estava dizendo com a voz tão baixa que parecia um sussurro, Esther eu te amo, quero ficar com você para sempre, mesmo sabendo que eu tenho que te proteger, queria que você me protegesse nesse momento meu... Esther não deixou Sven terminar de falar e se beijaram, os dois estavam unidos pelo amor eterno, tiveram uma noite maravilhosa cheia de amor.
Se passando mais de um mês Sven e Esther estavam preparados para o lobisomem que estava vindo... Tudo estava calmo, Esther estava meditando e Sven estava treinando com sua espada, quando escutam um barulho Sven pegou o revolver Walker Colt e Esther se preparou com as facas, de repente entra um lobo enorme ele estava com cicatrizes pelo corpo e não tinha um de seus olhos, era aquele lobisomem que haviam enfrentado meses atrás... –Finalmente os encontrei, agora irei matá-los para o simples fato de terem me tirado um olho, e também ninguém precisa de um vampiro sem graça e uma humana que esta pensando que pode me enfrentar, disse o lobisomem e depois soltou uma enorme gargalhada. Enquanto o lobisomem gargalhava Sven atirou na pata dianteira do lobo, isso deixou o lobisomem tão furioso que resolveu atacar Esther, ela pegou suas facas, mas antes de arremessá-las o lobisomem a jogou longe, ela pode ouvir os tiros, mas logo em seguida viu a arma caindo e Sven estava sendo enforcado pela criatura, Esther se levantou com dificuldade e foi em direção a arma quando ela pegou a arma, ela notou que os detalhes da arma havia desaparecido, ela não conseguia compreender o que estava acontecendo, quando ela foi atirar o lobisomem arremessou Sven em cima de Esther.
Sven falou que era pra ela fugir, que ele iria matar aquela criatura a qualquer custo, Esther não queria deixar seu amor, mas não teve outra escolha sabia que não poderia fazer mais nada... Enquanto ela saia correndo ela ouviu o seu amor gritando. –Esther eu sempre vou te amar, nunca se esqueça disso... Mas depois não conseguiu mais ouvir, Esther saiu correndo, a chuva começou a cair levemente sobre seu corpo, depois foi ficando mais pesada, as gotas de chuva de misturavam as lagrimas de Esther, seu corpo estava ferido, seu coração estava apertado, ela não sabia se iria encontrar Sven novamente... Aquele olhar gentil, aquela boca que dizia que me amava, era só o que ela pensava, a chuva batia com força em seu ferimento, seu corpo estava doendo, então Esther cai, seus olhos ficam embaçado pelas lagrimas, ela tenta se levantar, mas não consegue...
Depois de Esther terminar de escrever sobre sua vida, ela sai na esperança de encontrar seu amor vivo, enquanto voltava para sua casa ela ficou pensando em Caim como será que ele iria reagir quando lesse toda historia dela, Esther chegou à sua casa e entrou correndo a casa estava destruída, havia muito sangue no local, enfim ela encontra Sven, ele estava morto, Esther ficou atordoada pensou em se matar, não queria ficar longe do seu amor, ela ficou horas sentada fazendo carinho no corpo de Sven. Ate que ela levanta para procurar o Walker Colt, depois de ruir as armas, ela resolve ir atrás do lobisomem que matou o seu grande amor. De repente Caim entra pela porta e diz vou com você, Esther olha para Caim com cara de espanto, e quando iria perguntar o Porquê ? Ele olha para ela e diz – Minha esposa foi morta por lobisomens... Então respondi – Mas sua mulher não foi morta por homens misteriosos? Pensei que fossem vampiros, ele abaixou a cabeça e completou dizendo que ele havia mentido que foram lobisomens que tinham matado sua família e que ele queria se vingar não importava qual a matou, ele queria matar pelo menos um. Esther queria muito ouvir a historia de Caim
Então os dois arrumaram a casa e enterrou o corpo de Sven, Esther pediu com toda educação para Caim conta tudo, sem esconder nada, e Caim começou...
 Bom eu tinha uma linda esposa e éramos muito felizes...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Eternal Love


Venha segure minha mão... Venha sem dizer nada, só escute o som da minha voz... Vamos fugir... Vamos para onde ninguém nos encontre, vamos ser felizes, você vai ver... Vou fazer nossa vida virar eterna... Eu te amo... Eu te amo...
Estava correndo segurando a sua mão, você parecia assustado, pensava no que poderia ser, mas não conseguia chegar a uma conclusão, mesmo podendo me parar você continuou correndo comigo. Paramos em uma velha casa onde brincávamos quando crianças chamavam de cantinho secreto, por que ninguém sabia onde ficava aquela casa...
A noite estava linda a lua iluminava quase tudo, seu brilho era intenso, as estrelas completavam a maravilha... Eu e você vamos ser felizes para sempre... Ninguém ira nos separar. Seremos um, seremos eternos...
Queria encontrar um modo de eternizar o nosso amor e a única conclusão que cheguei é a seguinte, vamos morrer aqui... Ninguém achara os corpos ficaremos juntos para sempre... Você sem hesitar me beijou e tomou um gole do veneno que eu coloquei no bolso, logo em seguida bebi o veneno, deitamos juntos na cama... Quando acordei estava em um campo de flores e você estava sentado próximo a mim... Olhava-me com o sorriso mais lindo e mais ingênuo que já vi...
Você segurou minhas mãos e saímos para caminhar, havia uma estrada onde ninguém andava... Caminharemos juntos pela eternidade meu amor... E quando cansarmos de andar irá sentar em uma pedra e ficaremos admirandos o Sol e a Lua... Amor... Nunca fui tão feliz igual eu sou com você... Obrigada por existir...

Rose - Anna Tsuchiya

Rosa
Naquele tempo, quando eu estava na escuridão
No canto do meu quarto, com meus lábios trêmulos, eu chorei
Quanto mais luto, mais essa mágoa penetra em mim

Promessas quebradas me machucam
Ninguém pode me salvar
Somente Deus pode fazê-lo                            
Meu amor parece me parar e me despedaçar
Eu preciso do seu amor
Eu sou uma rosa quebrada
Sua música dispersou a tristeza
Minha vida solitária não tinha rumo
Eu preciso do seu amor
Eu sou uma rosa quebrada
Oh, querido, me cure dessa gélida dor
Com seu sorriso, olhos cantem apenas para mim!
Eu quero contar com seu amor
Eu sou uma rosa quebrada
Eu quero contar com seu amor!
Naquele tempo, quando você estava comigo
Eu corria descalça perseguindo sua sombra
E você me parou
Quanto mais me tranco, mais complicado este amor cresce
Beije-me lenta e gentilmente
Ninguém pode me salvar
Como uma rosa congelada
Minhas lágrimas querem adormecer gentilmente
Eu preciso do seu amor
Eu sou uma rosa quebrada
Minha alma mergulha na tristeza e murcha
A garotinha solitária está esmigalhada
Eu preciso do seu amor
Eu sou uma rosa quebrada
Oh, querido, me cure dessa gélida dor
Com seu sorriso, olhos,
Cante apenas para mim!
Eu quero contar com seu amor...
Eu sou uma rosa quebrada
Eu quero contar com seu amor!
Ninguém pode me ajudar...
Ninguém pode me ajudar...
Eu sou uma rosa quebrada
Eu preciso do seu amor
Eu sou uma rosa quebrada
Sua música dispersou a tristeza
Minha vida solitária estava sem paradeiro
Eu preciso do seu amor
Eu sou uma rosa quebrada
Oh, querido, me cure dessa gélida dor
Com seu sorriso, olhos cantem apenas para mim!
Eu quero contar com seu amor
Eu fui uma rosa quebrada
Eu quero contar com seu amor!

Esperança

Um dia estava andando pela praia quando parei, para sentar na areia e admirar o mar. Mas, não consegui ver o mar, porque meus olhos estavam cheios de lágrimas. Então deitei naquela areia fina e chorei ate ficar cansada... Então vi alguém se aproximando e estava olhando para mim, eu fiquei com medo, estava confusa, mas quando olhei direito o reconheci...
Você estava tão lindo, com aquele olhar inocente, aquele jeito doce, você estendeu a mão para me levantar, primeiro tentei fingir o que estava sentindo, mas você sabia o que eu precisava então me abraçou depois do abraço você colocou a mão no meu queixo, levantou meu rosto, ficou me olhando profundamente, como se estivesse estudando a minha alma e me beijou com amor.
 Então percebi que você estava ao meu lado, que não era um sonho, uma lagrima rolou pelo meu rosto e você beijou meus olhos, na esperança de fazê-los pararem de derrubar lágrimas... Andamos juntos pela praia, então ficamos olhando o sol sumindo no horizonte, os pássaros cantavam sua ultima canção antes de dormir, o vento levava o aroma das flores, então olhei para você e vi que tudo era possível e estava ao meu alcance...
Então você sorriu, percebi então que no momento em que chorava na praia não estava com você ao meu lado, percebi que ao seu lado sou capaz de ver as coisas belas que existe no mundo, só você me da o prazer de ver as coisas mais belas, especialmente você...
Na esperança de um dia poder alcançar tudo aquilo que mais desejo, expresso aqui tudo aquilo que vai ao intimo e no que considero de mais sensível ao meu coração... Sei que na solidão pensas também em alguém que possa repartir com você momentos de alegria como caminhar na praia... Se um dia você chorar ou simplesmente se sentir triste, lembre-se que nesse mundo existe alguém que esta feliz pelo simples fato de você existir... Não sofra por poucas coisas, a vida é uma caixa de surpresas, e tudo nessa vida a um propósito para todos, mesmo que você não saiba o seu agora um dia saberá...
Quando estiver longe de mim se lembre das nossas pegadas na areia, nas mais belas palavras ditas por um ser humano e se lembra sempre existira um coração pulsando por você... Na esperança é que encontramos nossa força, essa esperança fará você andar pelo caminho certo e um dia eu pegarei na sua mão quando estiver sentado sozinho na beira do mar... O que posso dizer é que te amo e que mesmo querendo dizer tudo que sinto não existem palavras que possa expressar o que sinto...

Felicidade



"A felicidade esta tão perto da gente. Mas tão perto que não percebemos. Está no olhar de uma criança num simples abraço, numa palavra de carinho, na luz do Sol, no vento que anuncia a chuva, nas flores, nos pássaros, no céu, na lua e nas estrelas. A felicidade esta em todo lugar. Mas somos cegos, surdos e mudos para poder percebê-la.
Queremos tocar a Dona Felicidade. Mas ela é intocável só é sentida, lá dentro do coração. Vamos abrir todos os sentidos. Deixá-los livres para perceberem os mínimos detalhes do dia-a-dia. Tente, passe o dia só, percebendo seus “seus pedacinhos de Felicidades”. No final do dia, você ira descobrir que não precisa muito para ser feliz. Basta juntar os pequenos momentos para se tornarem grandes..."

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Meu fim...


A historia que contarei, aconteceram alguns anos, nunca esquecerei aqueles dias de pura agonia...
Era uma época que tudo estava dando tudo certo para mim, tinha um namorado lindo e carinhoso, aquele perfil que não se encontra mais hoje em dia, só que ele escondia algo de mim eu podia sentir que por trás daquele rosto ingênuo algo acontecia com ele...
Ele era uma das mais calmas que conhecia, era um amor. Um dia eu pedi para ele se abrir comigo, contar seus medos, só que naquele momento fiquei com um medo enorme quando vi olhando para mim com um sorriso diabólico. Só que não me disse nada, fiquei pensando o que havia de errado com ele, porque ele era perfeito, mas aquele sorriso não fazia parte de seu ser, noutro dia ele me confessou que tinha matado uma pessoa, mas eu não acreditei porque ele era perfeito, seus olhos eram ingênuos, pareciam de uma criança, não demonstrei nenhum tipo de sentimento pela noticia, mas por dentro estava com medo, estava pensando se fosse verdade tudo que ele havia me contado...
Varias pessoas começaram a aparecer mortas perto do bairro onde morava, os policia não conseguia descobrir nenhuma pista do assassino, ele era frio e não tinha uma ordem em suas vitimas. Os policiais diziam que o assassino era alguém com o psicológico muito afetado. Fiquei com medo, mas continuei seguindo minha vida, diziam para não continuar andando sozinha pelas ruas, mas tinha que continuar seguindo a minha vida...
Quando um dia estava chovendo, a chuva estava caindo pesadamente e não tinha ninguém na rua, o ar estava sinistro, eu era a única pessoa andando pelas ruas... Quando entrei em um beco apareceu na minha frente uma pessoa com roupas pretas e uma mascara branca, á mascara era melancólico, ele bateu com algum objeto na minha cabeça. Quando acordei estava em um cômodo vazio, estava amarrada, ele me torturava, mas não só fisicamente e também psicologicamente, meu corpo não sofria como minha mente sofria. Eu vi alguns amigos, familiares morrendo na minha frente...
Até que um dia pedi para ver o rosto da pessoa que estava acabando com minha vida... Ele pegou uma faca e disse “Essa é para você Mariana” e cortou a garganta da minha irmã, eu fiquei em choque, não conseguia me mover, a única coisa que se movia era as lagrimas que escorriam da minha face, porque eu havia reconhecido a voz. O Assassino tirou a marcara e mostrou sua verdadeira face, minha voz não saia, meu corpo todo tremia... Meu namorado, a pessoa que me prometeu nunca me fazer sofrer, ele era o assassino, ele estava simplesmente acabando com a minha vida...
Mesmo sabendo quem era o assassino ele continuou me mantendo presa, já não sabia o que fazer, ele não me explicava nada que estava acontecendo, não sabia os motivos de tudo aquilo... Perguntei o que eu havia feito pra ele ter feito tudo àquilo comigo, então ele me disse que jamais foi amado por ninguém e que eu tinha sido a primeira pessoa que se importou com ele, mas tudo aquilo mexeu com seu modo de pensar e ele não conseguiu controlar seus sentimentos... Ele não sabia o que estava acontecendo, estava tão confuso... Como ultima tentativa me declarei pra ele, e pedi para me deixar em paz...
Ele me soltou, pediu desculpas por ter destruído a minha vida, ele estava chorando, como tentativa de acalmar tudo eu o abracei e lhe dei um beijo na testa, disse que tudo ia ficar bem, que apesar de tudo eu não estava odiando ele, e que jamais iria culpar ele por alguma coisa. Minha cabeça estava uma bagunça, não conseguia pensar direito, então ele me beijou, disse que eu teria que ficar um tempo internada, para esquecer o trauma... Ele me abraçou e logo se afastou de mim... Pegou sua faca e cometeu suicídio...
Era a única forma de se perdoar, por tudo que estava acontecendo... Fiquei mais de ano internada, quando sai me mudei de cidade, comecei uma vida nova... Em noites de chuva intensa posso sentir sua presença perto de mim... Minhas feridas estão fechadas, mas quando bate saudade, sinto que elas sangram um pouco... Como eu queria ter sido útil naquela época...

domingo, 26 de setembro de 2010

Olhar Solitário


Não sou uma pessoa popular, tenho poucos amigos, sou uma pessoa que daria a vida por um amigo de verdade, mas eles não fariam o mesmo por mim não é? Varias pessoas entram em minha vida, mas poucas ficam amigos de escolas são poucos somente aqueles que conhecem meus segredos, mas se eu não vou falar com nenhum, ninguém vem saber se estou bem ou não...
Duas pessoas que fizeram parte da minha vida que gostaria muito que permanecessem, hoje não falam mais comigo, eu entendo os sentimentos de cada um, mas será que eles entendem o meu? Sou um estorvo que não querem mais na vida deles, tento dar o meu melhor como ser humano, tento ser uma boa amiga, se eles conhecem meus segredos essas pessoas deveriam ser meus amigos, pessoas que poderia continuar me contando seus problemas, etc.
Mas agora estou sozinha, ando sozinha de cabeça baixa, porque enquanto estamos juntos, sou aquela pessoa mega especial, mas depois não passo de um objeto que depois de uso me ignoram, sem ao menos respeitar os meus sentimentos... Quero poder levantar meu rosto e seguir sempre de cabeça erguida, mas não é bem isso que acontece, sou simplesmente deixada de lado...
Tenho que continuar caminhando de cabeça baixa, ate alguém esbarrar em mim e pedir desculpas, sou mais um ser humano sem vontade de prosseguir a grande jornada, mas porque tenho que caminhar sozinha? Porque você não pega a minha mão e caminha junto comigo?  Fico esperando por uma pessoa que não me faça chorar e que não me faça sentir a pior criatura da Terra. Irei continuar caminhando nessa estrada cheia de desafios, cheia de pessoas que me machucam, essas pessoas que sentem felicidade em magoar as pessoas... Meu modo de pensar é totalmente diferente das outras pessoas, penso no bem das pessoas... 
Continuarei andando na esperança de alguém conseguir olhar para meus olhos solitários, pegar na minha mão e continuar caminhando por essa estrada onde poucos caminham... Quero mudar a minha rota, quero caminhar onde ninguém mais caminha...Assim não haveria ninguém para me magoar novamente e meu olhar solitário não iria deixa mais ninguém com pena de meu olhar...




terça-feira, 21 de setembro de 2010

...

"We may one day finds us? No one wanted to cry about the past ...
I may live peaceful knowing that everything was a dream?
Can I find someone like you? Your Friendship is key for me ...
Even trying to ignore you even want to hate you, I can only feel angry at me for having you away from me ... Even wondering if I'm not good or bad ... love you ...
"

Only a dream.


“Sonhei com você, bom não sei se foi sonho ou pesadelo, mas direi que foi sonho por que foi com você.”


Estava em casa quando comecei a passar mal, como não tinha telefone fui ate o orelhão em frente de minha casa e liguei para minha mãe, quando estava falando com minha mãe acabei desmaiando e fui socorrida por vizinhos próximos quando acordei estava no hospital, minha mãe chorava ao meu lado, quando fui tenta fala com ela o médico a chamou...
Minha mãe entrou no consultório do medico, que lhe recomendou se sentar porque era serio o assunto, ele explicou que eu teria que fazer vários exames para saber o que eu tinha, teria que ficar mais um dia no mínimo no hospital... Passando esse tempo o medico retornou a chamar minha mãe, ela estava abatida, parecia muito cansada, nem tinha dormido a noite. O medico começou a explica, primeiro disse que eu estava grávida, no momento minha mãe pensou em tudo que estava passando e pensou que aquele momento não era apropriado para estar grávida... O medico continuou a falar, ele disse que eu tinha uma doença na cabeça e que eu não teria muito tempo de vida... Depois disso, minha mãe não ouviu mais as palavras do medico mesmo vendo que sua boca se mexia... Ela chorou em silencio pensando o que seria da filha e do neto...
O medico disse que teria alta e que era melhor falar logo, minha mãe então entrou no quarto me abraçou e disse Te Amo, nesse momento sabia que algo não estava certo... Minha mãe não mostra afeto por ninguém... O que esta havendo mãe, disse eu. Ela pegou minha mão colocou em cima do meu útero e disse você esta grávida... Olhei para minha mão, depois para ela já com os olhos cheios de lagrimas. Sabia que meu filho estava sem um pai, sem alguém para ajudar a tomar conta, aquele não era o momento certo...
Quando voltei para casa minha mãe disse que não era só a gravidez que me deixo no hospital, que eu estava morrendo também, que se eu tivesse tempo de ver o meu filho crescer um pouco será muito. Ela saiu para que eu não visse suas lagrimas de dor, naquele momento estava sozinha... Tentei te ligar, mas você não atendia, liguei na sua casa, mas você não estava lá ou não queria me atender... Então te mandei um e-mail contando tudo que tinha acontecido, mas a resposta foi grossa e estúpida, você achou que eu estava usando uma mentira para reatar o namoro... Isso me deixou muito triste então resolvi esperar um pouco...
Passando quatro meses minha barriga havia crescido um pouco, mas era uma sorte eu estar com a criança ainda, em quatro meses ficou um mês internada, não agüentando mais, fui ate sua casa, era perto do Natal, te peguei desprevenido, sua namorada estava em sua casa, então eu disse não vim fala com você... Mas você viu a barriga e viu que minha aparecia não estava boa, você sentiu vontade de falar comigo mais o orgulho não deixou, então se trancou no quarto.
Estava a horas falando com sua mãe contei tudo a ela desde o inicio, ela ficou com dó consegui ver isso em seus olhos, virei meu rosto para não vê-los. Então ela levantou foi ate seu quarto e trouxe você e sua amada para me ouvir, eu contei a mesma coisa. Então me levantei fui ate sua direção peguei sua mão coloquei na minha barriga, você sentiu a criança mexendo e seus olhos encheram de lágrimas e saudade... Estava tudo indo bem ate que minha cabeça começa a doer e... Acordo no hospital, O medico disse que teria que ficar de repouso e ter ido para outra cidade foi arriscado, não falei nada só ouvi...
A minha vida ficou agitada o meu amor reapareceu quando comecei a conversar com você, você falava com uma voz doce, você me vez rir e chorar de saudades, me pediu perdão por tudo e eu também fiz o mesmo... Quando a sua namorada entrou no quarto eu pedi para vocês dois se sentarei diante a mim, antes de conseguir dizer uma palavra comecei a chorar, depois de ter enxugando as lagrimas, olhei para vocês e disse. –Não sei quanto tempo de vida eu tenho, talvez mais um ano ou meses, mas não quero que meu filho cresça sem família, então quero que vocês dois sejam pai e mãe de meu filho... Quando olhei para vocês estavam chorando junto comigo, você me abraçou e disse que tudo ia acabar dando certo... Aquilo me acalma então consegui dormir...
Passaram-se os meses, estava em sua casa quando comecei a sentir as contrações, e as dores na cabeça, foram dores horríveis, pensei que iria morrer... Chegando ao hospital fui direto para a sala de cirurgia, você ficou tempo todo ao meu lado segurou a minha mão, e você viu seu filho nascendo... O medico diz – É uma menina... Olhei para você e sorri, mas vi que você estava ficando longe... Eu estava morrendo, os médicos fizeram de tudo, conseguiram me trazer de volta, mas eu sabia que o meu tempo estava no fim. Já no quarto estava esperando para ver a minha filha... Ela era linda a beijei na testa, você deu o meu nome a nossa filha, então nos abraçou duas me beijou a testa e disse Te Amo... Eu retribuo com - sempre vou te amar meu querido, meu chuchu. Então quando você olhou para mim, estava morta em seus braços, nosso fruto estava saudável e iria ser linda.
Você chorou por vários dias, me chamava todas as noites, mesmo você não me vendo eu esta observando a nossa filha crescendo, vi ela te chamar de pai, mais não sei por que ela não chamava sua namorada de mãe, acho que ela sabia quem era sua mãe de verdade... Sempre irei Amar vocês...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Human Being

" Se meu jeito de pensar é errado me desculpem, mas é a verdade...."

Por que as pessoas não se importam com os próximos? Humanos como tenho nojo de tudo isso, humanos tentam ser mais inteligentes do que o outro, tentam ser mais poderosos que o outro, mas sempre se esquecem do fundamento, esquecem que se vivesse em harmonia todos em classes iguais não teria problemas nenhum, não teria guerras, porque animais irracionais vivem em paz e nós que sabemos pensar vivemos como irracionais?
Penso que todos os animais irracionais têm inteligências superiores a dos humanos, enquanto vemos nossas vidas sendo controlada por corruptos, a sociedade simplesmente fecha os olhos e cala a boca, se temos o poder de eleger corruptos porque não temos poder de derrubá-los?  Enquanto estou aqui dentro de minha casa, comendo penso lá fora tem pessoas que não tem o que comer vestir, etc. E tem pessoas que tem ate demais e quando vê um morador de rua simplesmente fecha os olhos ou olha para o lado, não estou dizendo que sou uma boa samaritana coitada de mim, sou mais um que quando não esta com fome jogam a comida no lixo.
Mas tenho medo do ser humano eles fazer o que querem sem pensar no futuro, o que será quando estourar uma 3° guerra mundial? O planeta será erradicado não é isso? Temos poder de destruir o planeta mais de três vezes. A natureza com ódio do homem esta devastando a população aos poucos, ela esta avisando primeiro, para enfim devastar o restante, mas os humanos percebem? Claro que não somos cegos, surdos e mudos, não ligamos se daqui vinte anos não existira mais arvores se não existira mais ar limpo para respirar, comida para nos alimentar.
E quando isso acontecer iremos olhar para trás e pensar porque não fiz isso antes? Enquanto nós trabalhamos duros para ter o dinheiro somente para se alimentar, quem vocês acham que vai viver mais? Nós que somos pobres e somos maioria? Não. Serão os ricos que com todo o seu dinheiro ira construir câmaras de oxigênio para a própria proteção, somos grãos de areia que podem ser levados pela maré. Não saberíamos viver sem a nossa selva de pedras não é. Os seres humanos não sabem o que é amor, só sabe o que é orgulho e ambição, são poucos aqueles que pensam em um mundo realmente melhor, são poucos aqueles que acreditam que temos uma chance de ser felizes. Isso tudo é real ou passa somente de um sonho  onde procuramos amor, amizade, lealdade, respeito, enfim será somente mais um sonho? Somos reais? Será que não somos um sonho dentro de outro sonho? Não tem como provar isso, como irá provar tudo isso? Não a respostas para varias perguntas isso é fato, e por que pessoas têm mania de usar palavras difíceis para mostrar que é inteligente? Para ela o significado é fácil e para quem não é inteligente ou quem nunca soube o que é um caderno? Sofreremos ate a morte outro fato e eu sei que mesmo com pouca idade e já sofri demais e sei que sofrerei mais ainda, porque enquanto não houver a felicidade eterna a infelicidade jamais nos deixara em paz...

Meu Anjo

" Você veio rápido e se foi rápido, mas jamais esquecerei aquele nosso primeiro beijo, aquele abraço que me levou ao paraíso...Sempre te amarei..."

Tudo começou em uma noite, o céu estava claro, eu estava admirando as estrelas quando eu o vi. Eu vi uma estrela caindo próximo a mim, eu fiquei de boca aberta com o espetáculo magnífico e resolvi verificar a estrela caída, mas quando cheguei ao local, vi algo que jamais vou esquecer, vi uma espada fincada no chão ela estava vermelha de tão quente. Fui andando mais um pouco quando eu o vi!
O lugar onde eu o encontrei estava todo destruído em volta pela força do impacto, quando eu olhei dentro do buraco, vi um homem belo tinha os cabelos grandes e negros como à noite, ele estava com um tipo de armadura, mas estava toda destruída, foi em direção a ele. Quando eu cheguei perto vi que estava ferido então fui tentar ajudar, quando cheguei perto dele ele acordou, e assustado em movimentos de defesa ele abriu um par de assas enorme, elas eram de um branco tão intenso, mas tinham manchas de sangue por causados ferimentos.
No momento eu fiquei muito assustada e não sabia que fazer, aquela cena foi a mais linda que já vi em minha vida e não consegui controlar as lagrimas que escorriam de meu rosto. Só tive forças para perguntar o que ele era, ele me respondeu que era um guerreiro dos céus, mas teve que abandonar seu exercito. Mas eu perguntei por que e ele não me respondeu, então ele me perguntou de sua espada e eu disse que tinha caído próximo aquele local, eu o levei para a minha casa e cuidei de todos os seus ferimentos, mas como passe de mágica suas assas sumiram e ele se contorceu de dor, eu me assustei, eu perguntei o seu nome seu nome era Marcel, ele tinha me dito que para esconder suas assas doía muito...
Por um longo momento ele ficou me olhando, ate que perguntei o que tinha visto, ele me respondeu com um beijo e um abraço, ele largou seu exercito somente para me encontrar. Dizia que iria para uma guerra, mas teria que me ver de perto pelo menos uma vez, fiquei assustada com tudo, poderia ser um engano. Mas ele me disse- Você fica chorando escondida, fica a espera de um amor perfeito, fica olhando para o céu imaginando o paraíso, pois bem eu estava lá olhando para você, com a esperança de você poder me ver, mas você é uma mortal e eu sou um ser celeste, sabes que não podes ficar comigo então eu irei para a guerra e jamais nos veremos novamente, seus olhos se encheram de lágrima e por um estante pensou em ficar na Terra, mas não podia desobedecer mais uma ordem.
Ele tirou uma pena de sua assa e me deu como prova de que tudo era real e que jamais um esqueceria o outro, passamos a noite juntos beijamos e conversamos, mas no outro dia quando acordei não o vi mais, somente a pena em minha mão, aquele era o símbolo de que não era um sonho, que tudo foi real. Mesmo dizendo que não era possível eu fiquei olhando para aquele céu ano após ano, na esperança de vê-lo novamente. Eu te amo meu anjo...

sábado, 18 de setembro de 2010

O gato preto Edgar Allan Poe

"Esse é meu conto favorito, foi fonte de inspiração, O Gato Preto é uns dos melhores contos que ja li"
Não espero nem peço que se dê crédito à história sumamente extraordinária e, no entanto, bastante doméstica que vou narrar. Louco seria eu se esperasse tal coisa, tratando-se de um caso que os meus próprios sentidos se negam a aceitar. Não obstante, não estou louco e, com toda a certeza, não sonho. Mas amanhã morro e, por isso, gostaria, hoje, de aliviar o meu espírito. Meu propósito imediato é apresentar ao mundo, clara e sucintamente, mas sem comentários, uma série de simples acontecimentos domésticos. Devido a suas conseqüências, tais acontecimentos me aterrorizaram, torturaram e destruíram.

No entanto, não tentarei esclarecê-los. Em mim, quase não produziram outra coisa senão horror - mas, em muitas pessoas, talvez lhes pareçam menos terríveis que grotesco. Talvez, mais tarde, haja alguma inteligência que reduza o meu fantasma a algo comum - uma inteligência mais serena, mais lógica e muito menos excitável do que, a minha, que perceba, nas circunstâncias a que me refiro com terror, nada mais do que uma sucessão comum de causas e efeitos muito naturais.

Desde a infância, tornaram-se patentes a docilidade e o sentido humano de meu caráter. A ternura de meu coração era tão evidente, que me tomava alvo dos gracejos de meus companheiros. Gostava, especialmente, de animais, e meus pais me permitiam possuir grande variedade deles. Passava com eles quase todo o meu tempo, e jamais me sentia tão feliz como quando lhes dava de comer ou os acariciava. Com os anos, aumentou esta peculiaridade de meu caráter e, quando me tomei adulto, fiz dela uma das minhas principais fontes de prazer. Aos que já sentiram afeto por um cão fiel e sagaz, não preciso dar-me ao trabalho de explicar a natureza ou a intensidade da satisfação que se pode ter com isso. Há algo, no amor desinteressado, e capaz de sacrifícios, de um animal, que toca diretamente o coração daqueles que tiveram ocasiões freqüentes de comprovar a amizade mesquinha e a frágil fidelidade de um simples homem.

Casei cedo, e tive a sorte de encontrar em minha mulher disposição semelhante à minha. Notando o meu amor pelos animais domésticos, não perdia a oportunidade de arranjar as espécies mais agradáveis de bichos. Tínhamos pássaros, peixes dourados, um cão, coelhos, um macaquinho e um gato.

Este último era um animal extraordinariamente grande e belo, todo negro e de espantosa sagacidade. Ao referir-se à sua inteligência, minha mulher, que, no íntimo de seu coração, era um tanto supersticiosa, fazia freqüentes alusões à antiga crença popular de que todos os gatos pretos são feiticeiras disfarçadas. Não que ela se referisse seriamente a isso: menciono o fato apenas porque aconteceu lembrar-me disso neste momento.

Pluto - assim se chamava o gato - era o meu preferido, com o qual eu mais me distraía. Só eu o alimentava, e ele me seguia sempre pela casa. Tinha dificuldade, mesmo, em impedir que me acompanhasse pela rua.

Nossa amizade durou, desse modo, vários anos, durante os quais não só o meu caráter como o meu temperamento - enrubesço ao confessá-lo - sofreram, devido ao demônio da intemperança, uma modificação radical para pior. Tomava-me, dia a dia, mais taciturno, mais irritadiço, mais indiferente aos sentimentos dos outros. Sofria ao empregar linguagem desabrida ao dirigir-me à minha mulher. No fim, cheguei mesmo a tratá-la com violência. Meus animais, certamente, sentiam a mudança operada em meu caráter. Não apenas não lhes dava atenção alguma, como, ainda, os maltratava. Quanto a Pluto, porém, ainda despertava em mim consideração suficiente que me impedia de maltratá-lo, ao passo que não sentia escrúpulo algum em maltratar os coelhos, o macaco e mesmo o cão, quando, por acaso ou afeto, cruzavam em meu caminho. Meu mal, porém, ia tomando conta de mim - que outro mal pode se comparar ao álcool? - e, no fim, até Pluto, que começava agora a envelhecer e, por conseguinte, se tomara um tanto rabugento, até mesmo Pluto começou a sentir os efeitos de meu mau humor.

Certa noite, ao voltar a casa, muito embriagado, de uma de minhas andanças pela cidade, tive a impressão de que o gato evitava a minha presença. Apanhei-o, e ele, assustado ante a minha violência, me feriu a mão, levemente, com os dentes. Uma fúria demoníaca apoderou-se, instantaneamente, de mim. Já não sabia mais o que estava fazendo. Dir-se-ia que, súbito, minha alma abandonara o corpo, e uma perversidade mais do que diabólica, causada pela genebra, fez vibrar todas as fibras de meu ser.Tirei do bolso um canivete, abri-o, agarrei o pobre animal pela garganta e, friamente, arranquei de sua órbita um dos olhos! Enrubesço, estremeço, abraso-me de vergonha, ao referir-me, aqui, a essa abominável atrocidade.

Quando, com a chegada da manhã, voltei à razão - dissipados já os vapores de minha orgia noturna - , experimentei, pelo crime que praticara, um sentimento que era um misto de horror e remorso; mas não passou de um sentimento superficial e equívoco, pois minha alma permaneceu impassível. Mergulhei novamente em excessos, afogando logo no vinho a lembrança do que acontecera.

Entrementes, o gato se restabeleceu, lentamente. A órbita do olho perdido apresentava, é certo, um aspecto horrendo, mas não parecia mais sofrer qualquer dor. Passeava pela casa como de costume, mas, como bem se poderia esperar, fugia, tomado de extremo terror, à minha aproximação. Restava-me ainda o bastante de meu antigo coração para que, a princípio, sofresse com aquela evidente aversão por parte de um animal que, antes, me amara tanto. Mas esse sentimento logo se transformou em irritação. E, então, como para perder-me final e irremissivelmente, surgiu o espírito da perversidade. Desse espírito, a filosofia não toma conhecimento. Não obstante, tão certo como existe minha alma, creio que a perversidade é um dos impulsos primitivos do coração humano - uma das faculdades, ou sentimentos primários, que dirigem o caráter do homem. Quem não se viu, centenas de vezes, a cometer ações vis ou estúpidas, pela única razão de que sabia que não devia cometê-las? Acaso não sentimos uma inclinação constante mesmo quando estamos no melhor do nosso juízo, para violar aquilo que é lei, simplesmente porque a compreendemos como tal? Esse espírito de perversidade, digo eu, foi a causa de minha queda final. O vivo e insondável desejo da alma de atormentar-se a si mesma, de violentar sua própria natureza, de fazer o mal pelo próprio mal, foi o que me levou a continuar e, afinal, a levar a cabo o suplício que infligira ao inofensivo animal. Uma manhã, a sangue frio, meti-lhe um nó corredio em torno do pescoço e enforquei-o no galho de uma árvore. Fi-lo com os olhos cheios de lágrimas, com o coração transbordante do mais amargo remorso. Enforquei-o porque sabia que ele me amara, e porque reconhecia que não me dera motivo algum para que me voltasse contra ele. Enforquei-o porque sabia que estava cometendo um pecado - um pecado mortal que comprometia a minha alma imortal, afastando-a, se é que isso era possível, da misericórdia infinita de um Deus infinitamente misericordioso e infinitamente terrível.

Na noite do dia em que foi cometida essa ação tão cruel, fui despertado pelo grito de "fogo!". As cortinas de minha cama estavam em chamas. Toda a casa ardia. Foi com grande dificuldade que minha mulher, uma criada e eu conseguimos escapar do incêndio. A destruição foi completa. Todos os meus bens terrenos foram tragados pelo fogo, e, desde então, me entreguei ao desespero.

Não pretendo estabelecer relação alguma entre causa e efeito - entre o desastre e a atrocidade por mim cometida. Mas estou descrevendo uma seqüência de fatos, e não desejo omitir nenhum dos elos dessa cadeia de acontecimentos. No dia seguinte ao do incêndio, visitei as ruínas. As paredes, com exceção de uma apenas, tinham desmoronado. Essa única exceção era constituída por um fino tabique interior, situado no meio da casa, junto ao qual se achava a cabeceira de minha cama. O reboco havia, aí, em grande parte, resistido à ação do fogo - coisa que atribuí ao fato de ter sido ele construído recentemente. Densa multidão se reunira em torno dessa parede, e muitas pessoas examinavam, com particular atenção e minuciosidade, uma parte dela, As palavras "estranho!", "singular!", bem como outras expressões semelhantes, despertaram-me a curiosidade. Aproximei-me e vi, como se gravada em baixo-relevo sobre a superfície branca, a figura de um gato gigantesco. A imagem era de uma exatidão verdadeiramente maravilhosa. Havia uma corda em tomo do pescoço do animal.

Logo que vi tal aparição - pois não poderia considerar aquilo como sendo outra coisa - , o assombro e terror que se me apoderaram foram extremos. Mas, finalmente, a reflexão veio em meu auxílio. O gato, lembrei-me, fora enforcado num jardim existente junto à casa. Aos gritos de alarma, o jardim fora imediatamente invadido pela multidão. Alguém deve ter retirado o animal da árvore, lançando-o, através de uma janela aberta, para dentro do meu quarto. Isso foi feito, provavelmente, com a intenção de despertar-me. A queda das outras paredes havia comprimido a vítima de minha crueldade no gesso recentemente colocado sobre a parede que permanecera de pé. A cal do muro, com as chamas e o amoníaco desprendido da carcaça, produzira a imagem tal qual eu agora a via.

Embora isso satisfizesse prontamente minha razão, não conseguia fazer o mesmo, de maneira completa, com minha consciência, pois o surpreendente fato que acabo de descrever não deixou de causar-me, apesar de tudo, profunda impressão. Durante meses, não pude livrar-me do fantasma do gato e, nesse espaço de tempo, nasceu em meu espírito uma espécie de sentimento que parecia remorso, embora não o fosse. Cheguei, mesmo, a lamentar a perda do animal e a procurar, nos sórdidos lugares que então freqüentava, outro bichano da mesma espécie e de aparência semelhante que pudesse substituí-lo.

Uma noite, em que me achava sentado, meio aturdido, num antro mais do que infame, tive a atenção despertada, subitamente, por um objeto negro que jazia no alto de um dos enormes barris, de genebra ou rum, que constituíam quase que o único mobiliário do recinto. Fazia já alguns minutos que olhava fixamente o alto do barril, e o que então me surpreendeu foi não ter visto antes o que havia sobre o mesmo. Aproximei-me e toquei-o com a mão. Era um gato preto, enorme - tão grande quanto Pluto - e que, sob todos os aspectos, salvo um, se assemelhava a ele. Pluto não tinha um único pêlo branco em todo o corpo - e o bichano que ali estava possuía uma mancha larga e branca, embora de forma indefinida, a cobrir-lhe quase toda a região do peito.

Ao acariciar-lhe o dorso, ergueu-se imediatamente, ronronando com força e esfregando-se em minha mão, como se a minha atenção lhe causasse prazer. Era, pois, o animal que eu procurava. Apressei-me em propor ao dono a sua aquisição, mas este não manifestou interesse algum pelo felino. Não o conhecia; jamais o vira antes.

Continuei a acariciá-lo e, quando me dispunha a voltar para casa, o animal demonstrou disposição de acompanhar-me. Permiti que o fizesse - detendo-me, de vez em quando, no caminho, para acariciá-lo. Ao chegar, sentiu-se imediatamente à vontade, como se pertencesse a casa, tomando-se, logo, um dos bichanos preferidos de minha mulher.

De minha parte, passei a sentir logo aversão por ele. Acontecia, pois, justamente o contrário do que eu esperava. Mas a verdade é que - não sei como nem por quê - seu evidente amor por mim me desgostava e aborrecia. Lentamente, tais sentimentos de desgosto e fastio se converteram no mais amargo ódio. Evitava o animal. Uma sensação de vergonha, bem como a lembrança da crueldade que praticara, impediam-me de maltratá-lo fisicamente. Durante algumas semanas, não lhe bati nem pratiquei contra ele qualquer violência; mas, aos poucos - muito gradativamente - , passei a sentir por ele inenarrável horror, fugindo, em silêncio, de sua odiosa presença, como se fugisse de uma peste.

Sem dúvida, o que aumentou o meu horror pelo animal foi a descoberta, na manhã do dia seguinte ao que o levei para casa, que, como Pluto, também havia sido privado de um dos olhos. Tal circunstância, porém, apenas contribuiu para que minha mulher sentisse por ele maior carinho, pois, como já disse, era dotada, em alto grau, dessa ternura de sentimentos que constituíra, em outros tempos, um de meus traços principais, bem como fonte de muitos de meus prazeres mais simples e puros.

No entanto, a preferência que o animal demonstrava pela minha pessoa parecia aumentar em razão direta da aversão que sentia por ele. Seguia-me os passos com uma pertinácia que dificilmente poderia fazer com que o leitor compreendesse. Sempre que me sentava, enrodilhava-se embaixo de minha cadeira, ou me saltava ao colo, cobrindo-me com suas odiosas carícias. Se me levantava para andar, metia-se-me entre as pemas e quase me derrubava, ou então, cravando suas longas e afiadas garras em minha roupa, subia por ela até o meu peito. Nessas ocasiões, embora tivesse ímpetos de matá-lo de um golpe, abstinha-me de fazê-lo devido, em parte, à lembrança de meu crime anterior, mas, sobretudo - apresso-me a confessá-lo - , pelo pavor extremo que o animal me despertava.

Esse pavor não era exatamente um pavor de mal físico e, contudo, não saberia defini-lo de outra maneira. Quase me envergonha confessar - sim, mesmo nesta cela de criminoso - , quase me envergonha confessar que o terror e o pânico que o animal me inspirava eram aumentados por uma das mais puras fantasias que se possa imaginar. Minha mulher, mais de uma vez, me chamara a atenção para o aspecto da mancha branca a que já me referi, e que constituía a única diferença visível entre aquele estranho animal e o outro, que eu enforcara. O leitor, decerto, se lembrará de que aquele sinal, embora grande, tinha, a princípio, uma forma bastante indefinida. Mas, lentamente, de maneira quase imperceptível - que a minha imaginação, durante muito tempo, lutou por rejeitar como fantasiosa -, adquirira, por fim, uma nitidez rigorosa de contornos. Era, agora, a imagem de um objeto cuja menção me faz tremer... E, sobretudo por isso, eu o encarava como a um monstro de horror e repugnância, do qual eu, se tivesse coragem, me teria livrado. Era agora, confesso, a imagem de uma coisa odiosa, abominável: a imagem da forca! Oh, lúgubre e terrível máquina de horror e de crime, de agonia e de morte!

Na verdade, naquele momento eu era um miserável - um ser que ia além da própria miséria da humanidade. Era uma besta-fera, cujo irmão fora por mim desdenhosamente destruído... uma besta-fera que se engendrara em mim, homem feito à imagem do Deus Altíssimo. Oh, grande e insuportável infortúnio! Ai de mim! Nem de dia, nem de noite, conheceria jamais a bênção do descanso! Durante o dia, o animal não me deixava a sós um único momento; e, à noite, despertava de hora em hora, tomado do indescritível terror de sentir o hálito quente da coisa sobre o meu rosto, e o seu enorme peso - encarnação de um pesadelo que não podia afastar de mim - pousado eternamente sobre o meu coração!

Sob a pressão de tais tormentos, sucumbiu o pouco que restava em mim de bom. Pensamentos maus converteram-se em meus únicos companheiros - os mais sombrios e os mais perversos dos pensamentos. Minha rabugice habitual se transformou em ódio por todas as coisas e por toda a humanidade - e enquanto eu, agora, me entregava cegamente a súbitos, freqüentes e irreprimíveis acessos de cólera, minha mulher - pobre dela! - não se queixava nunca convertendo-se na mais paciente e sofredora das vítimas.

Um dia, acompanhou-me, para ajudar-me numa das tarefas domésticas, até o porão do velho edifício em que nossa pobreza nos obrigava a morar, O gato seguiu-nos e, quase fazendo-me rolar escada abaixo, me exasperou a ponto de perder o juízo. Apanhando uma machadinha e esquecendo o terror pueril que até então contivera minha mão, dirigi ao animal um golpe que teria sido mortal, se atingisse o alvo. Mas minha mulher segurou-me o braço, detendo o golpe. Tomado, então, de fúria demoníaca, livrei o braço do obstáculo que o detinha e cravei-lhe a machadinha no cérebro. Minha mulher caiu morta instantaneamente, sem lançar um gemido.

Realizado o terrível assassínio, procurei, movido por súbita resolução, esconder o corpo. Sabia que não poderia retirá-lo da casa, nem de dia nem de noite, sem correr o risco de ser visto pelos vizinhos.

Ocorreram-me vários planos. Pensei, por um instante, em cortar o corpo em pequenos pedaços e destruí-los por meio do fogo. Resolvi, depois, cavar uma fossa no chão da adega. Em seguida, pensei em atirá-lo ao poço do quintal. Mudei de idéia e decidi metê-lo num caixote, como se fosse uma mercadoria, na forma habitual, fazendo com que um carregador o retirasse da casa. Finalmente, tive uma idéia que me pareceu muito mais prática: resolvi emparedá-lo na adega, como faziam os monges da Idade Média com as suas vítimas.

Aquela adega se prestava muito bem para tal propósito. As paredes não haviam sido construídas com muito cuidado e, pouco antes, haviam sido cobertas, em toda a sua extensão, com um reboco que a umidade impedira de endurecer. Ademais, havia uma saliência numa das paredes, produzida por alguma chaminé ou lareira, que fora tapada para que se assemelhasse ao resto da adega. Não duvidei de que poderia facilmente retirar os tijolos naquele lugar, introduzir o corpo e recolocá-los do mesmo modo, sem que nenhum olhar pudesse descobrir nada que despertasse suspeita.

E não me enganei em meus cálculos. Por meio de uma alavanca, desloquei facilmente os tijolos e tendo depositado o corpo, com cuidado, de encontro à parede interior. Segurei-o nessa posição, até poder recolocar, sem grande esforço, os tijolos em seu lugar, tal como estavam anteriormente. Arranjei cimento, cal e areia e, com toda a precaução possível, preparei uma argamassa que não se podia distinguir da anterior, cobrindo com ela, escrupulosamente, a nova parede. Ao terminar, senti-me satisfeito, pois tudo correra bem. A parede não apresentava o menor sinal de ter sido rebocada. Limpei o chão com o maior cuidado e, lançando o olhar em tomo, disse, de mim para comigo: "Pelo menos aqui, o meu trabalho não foi em vão".

O passo seguinte foi procurar o animal que havia sido a causa de tão grande desgraça, pois resolvera, finalmente, matá-lo. Se, naquele momento, tivesse podido encontrá-lo, não haveria dúvida quanto à sua sorte: mas parece que o esperto animal se alarmara ante a violência de minha cólera, e procurava não aparecer diante de mim enquanto me encontrasse naquele estado de espírito. Impossível descrever ou imaginar o profundo e abençoado alívio que me causava a ausência de tão detestável felino. Não apareceu também durante a noite - e, assim, pela primeira vez, desde sua entrada em casa, consegui dormir tranqüila e profundamente. Sim, dormi mesmo com o peso daquele assassínio sobre a minha alma.

Transcorreram o segundo e o terceiro dia - e o meu algoz não apareceu. Pude respirar, novamente, como homem livre. O monstro, aterrorizado fugira para sempre de casa. Não tomaria a vê-lo! Minha felicidade era infinita! A culpa de minha tenebrosa ação pouco me inquietava. Foram feitas algumas investigações, mas respondi prontamente a todas as perguntas. Procedeu-se, também, a uma vistoria em minha casa, mas, naturalmente, nada podia ser descoberto. Eu considerava já como coisa certa a minha felicidade futura.

No quarto dia após o assassinato, uma caravana policial chegou, inesperadamente, a casa, e realizou, de novo, rigorosa investigação. Seguro, no entanto, de que ninguém descobriria jamais o lugar em que eu ocultara o cadáver, não experimentei a menor perturbação. Os policiais pediram-me que os acompanhasse em sua busca. Não deixaram de esquadrinhar um canto sequer da casa. Por fim, pela terceira ou quarta vez, desceram novamente ao porão. Não me alterei o mínimo que fosse. Meu coração batia calmamente, como o de um inocente. Andei por todo o porão, de ponta a ponta. Com os braços cruzados sobre o peito, caminhava, calmamente, de um lado para outro. A polícia estava inteiramente satisfeita e preparava-se para sair. O júbilo que me inundava o coração era forte demais para que pudesse contê-lo. Ardia de desejo de dizer uma palavra, uma única palavra, à guisa de triunfo, e também para tomar duplamente evidente a minha inocência.

- Senhores - disse, por fim, quando os policiais já subiam a escada - , é para mim motivo de grande satisfação haver desfeito qualquer suspeita. Desejo a todos os senhores ótima saúde e um pouco mais de cortesia. Diga-se de passagem, senhores, que esta é uma casa muito bem construída... (Quase não sabia o que dizia, em meu insopitável desejo de falar com naturalidade.) Poderia, mesmo, dizer que é uma casa excelentemente construída. Estas paredes - os senhores já se vão? - , estas paredes são de grande solidez.

Nessa altura, movido por pura e frenética fanfarronada, bati com força, com a bengala que tinha na mão, justamente na parte da parede atrás da qual se achava o corpo da esposa de meu coração.

Que Deus me guarde e livre das garras de Satanás! Mal o eco das batidas mergulhou no silêncio, uma voz me respondeu do fundo da tumba, primeiro com um choro entrecortado e abafado, como os soluços de uma criança; depois, de repente, com um grito prolongado, estridente, contínuo, completamente anormal e inumano. Um uivo, um grito agudo, metade de horror, metade de triunfo, como somente poderia ter surgido do inferno, da garganta dos condenados, em sua agonia, e dos demônios exultantes com a sua condenação.

Quanto aos meus pensamentos, é loucura falar. Sentindo-me desfalecer, cambaleei até à parede oposta. Durante um instante, o grupo de policiais deteve-se na escada, imobilizado pelo terror. Decorrido um momento, doze braços vigorosos atacaram a parede, que caiu por terra. O cadáver, já em adiantado estado de decomposição, e coberto de sangue coagulado, apareceu, ereto, aos olhos dos presentes.

Sobre sua cabeça, com a boca vermelha dilatada e o único olho chamejante, achava-se pousado o animal odioso, cuja astúcia me levou ao assassínio e cuja voz reveladora me entregava ao carrasco.

Eu havia emparedado o monstro dentro da tumba!